
Combater a violncia sexual contra crianas e adolescentes,
trazendo-as para o debate e alertando-as sobre seus direitos. Esse tem sido o
compromisso do Ministrio Pblico do Par, quer realizou ontem, quarta-feira, o
II Encontro Dilogos das Redes de Garantias de Crianas e Adolescentes, no
arquiplago do Maraj. O primeiro foi em Breves. 4k1sc
Centenas de crianas e adolescentes ocuparam as dependncias
do Ginsio de Esportes de Soure, para ouvirem a promotora de justia Leane
Fiuza de Melo, coordenadora do Centro de Infncia do MP, alm de colegas da
promotoria dos municpios vizinhos e do Procurador Geral, Dr. Gilberto Valente, das aes em defesa da
infncia.
Todos foram unnimes em apontar as desigualdades sociais, a
falta de boas polticas pblicas, o analfabetismo funcional e o trfico de
drogas como principais motivos da vulnerabilidade de crianas e adolescentes
que sofrem com a violncia sexual.
Segundo os promotores, a violncia domstica e a cultura da
tolerncia tm de ser rechaadas pelas autoridades assim como as istraes
pblicas que desviam recursos da sociedade em benefcio prprio, como tem sido
motivo de investigaes e denncias do MP.
A aluna da 8 srie da Escola Estela Maris, Ana Luiza, fez um
apelo contundente s autoridades presentes
que olhem com mais carinho para as crianas, principalmente as
ribeirinhas, que sofrem abuso, engravidam cedo, perdem a juventude, a autoestima
e am a conviver com o medo e a vergonha. O trabalho infantil na cidade e no
campo, a criana como moeda de troca, tambm foram motivo de discusses e
compromissos das autoridades.
A irmo Henriqueta Cavalcante, uma das palestrantes,
ressaltou o trabalho da prefeitura de Soure e das autarquias como o Centro de
Referncia Social e o Conselho Tutelar, a participao das policias civil e
militar, que tm trabalhado em conjunto com o promotor de justia e o juiz de
direto de forma a identificar e punir os eventuais agressores. E recomendou s
crianas que nos se calem nem aceitem qualquer tipo de agresso contra sua
condio humana ou a roupa que est vestindo.
O prefeito Guto Gouvea destacou que a istrao tem
envidado tordos os esforos para integrar crianas adolescentes em programas
sociais, culturais esportivos e mais de 700 j participam dessas aes, principalmente
de famlias em situao de vulnerabilidade.
E que seu maior compromisso como gestor pblico justamente
buscar sanar essa chaga injusta e vergonhosa que no pode ser nunca vista como
cultural e sim como crime contra a vida.
Ao final, a promotora Leane Fiuza chamou novamente a
estudante Ana Luiza e ambas provocaram um momento de pacto contra o silncio
entre familiares e amigos que tm medo de denunciar pessoas prximas
acostumadas a abusar de crianas. "Temos que falar abertamente de sexualidade,
prevenir, mostrar os direitos. Uma menina grvida aos 13 anos compromete sua
vida, a do beb, desestabiliza toda a famlia. Temos que construir a cultura do
respeito e direito dessas crianas, que no podem ser vista como fonte de
dinheiro", desabafou.
O terceiro encontro j est agendado para So Sebastio da Boa Vista e o procurador geral afirmou que
o MP no dar trgua a quem abusar da infncia.