NOTCIAS DE GURUP
10/07/2015
Gurup
ESCAVAES ARQUEOLGICAS EM GURUP EXPEM A RIQUEZA HISTRICA E PATRIMONIAL DA REGIO.

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Pelo menos 50 stios pr-coloniais e coloniais escondem um abundante e variado arsenal de artefatos cermicos e lticos, afirmam pesquisadores

Arquelogos, antroplogos e estudantes de cincias humanas realizam escavaes em Gurup com o objetivo de desvelar a histria cultural e ambiental de elementos at ento desconhecidos pela Arqueologia brasileira na regio. Nesta primeira fase, os trabalhos se concentram na Reserva Ambiental do Jacupi, local considerado produtivo pelos pesquisadores.

Reconhecemos um frtil campo arqueolgico com culturas diversificadas, nunca pesquisadas do ponto de vista da arqueologia, exceto com alguns levantamentos realizados recentemente pelo IPHAN e pela UFPA. As informaes sobre a histria indgena colonial e de outros povos que habitaram a regio, se mesclam e tornam a populao de Gurup extremamente nica, afirma a arquelogo do Museu Paraense Emlio Goeldi (MPEG), Helena Pinto Lima, que coordena a pesquisa de cunho interdisciplinar com foco na Arqueologia.

Cerca de 20 pesquisadores, brasileiros e americanos, integram o projeto do MPEG, denominado OCA Origens, Cultura e Ambiente, autorizado pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN), em parceria com a Universidade Federal do Par (UFPA), Universidade de So Paulo (USP), Instituto Nacional de Pesquisas Amaznicas (INPA) e Universidade da Flrida (UFL).

Os estudiosos realizam levantamentos em topografia, delimitao e escavao de cortes estratigrficos em reas selecionadas, identificadas por equipamento de radar, de onde sero extradas amostras arqueolgicas e ambientais que sero levadas anlises em laboratrios do MPEG, em Belm.

Estudos mais aprofundados e de maior extenso, tanto em campo como em laboratrio, a serem realizados em futuras etapas, fornecero dados arqueolgicos, ambientais e cientficos com estudos voltados ao esclarecimento de interaes multiculturais e transformaes das relaes homem-ambiente, ao longo do tempo de aes indgenas (nativos da regio), judaicas, quilombolas e europias (que chegaram depois).

De acordo com a arquelogo que coordena as pesquisas, as descobertas recentes so intrigantes quanto ao uso de tcnicas e motivos decorativos, que parecem no se enquadrarem diretamente aos conjuntos arqueolgicos j estabelecidos, tais como as Tradies Policroma da Amaznia ou a Tradio Incisa e Ponteada.

Os vestgios cermicos da regio, embora no tenham sido formalmente estudados, demonstram traos estilsticos que sugerem intercmbio intelectual com as regies do Trombetas/Tapajs e da foz do rio Amazonas, pelo menos no perodo tardio. Isto sugere que, mesmo antes da chegada dos europeus, Gurup j atuava como um centro estratgico nas redes econmicas regionais, conclui Helena Pinto Lima.

O trabalho dos pesquisadores recebe apoio da Prefeitura Municipal de Gurup, por meio da Secretaria de Cultura, como forma de ter o s informaes da cultura de nossos ancestrais, sendo esta uma oportunidade de revelar histrias at ento desconhecidas, observa o secretrio Claudinei Alves.

Gurup est localizado entre a regio de florestas do arquiplago do Maraj e a foz do rio Xingu, a 20 metros de altitude. Possui 31 mil habitantes (CENSO 2014) divididos na rea de ilhas e rios (70%) e na zona urbana (30%). Sua economia baseada no agroextrativismo e servios pblicos e privados. O projeto do MPEG aponta que o municpio se encontra entre duas importantes reas culturais do perodo pr-colonial tardio na Amaznia: Santarm e Maraj.

Texto e fotos: Rui Pena
Comunicao/AMAM
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